Roberto Francisco Pereira Carreiras, conhecido por Roberto Carreiras, nasceu em 1930, na Quinta da Leão, na freguesia de Veiros, concelho de Estremoz.
O pai, José Joaquim Carreiras morre quando tinha 7 anos pelo que a sua mãe, Francisca Bárbara, fica com enormes dificuldades económicas. Aos 11 anos, abandona a escola e vai tomar conta de vacas para a Quinta do Leão.
Na quinta, trabalhou vários anos em contacto com os animais, tendo sido também Aguadeiro (vendedor de água pelas ruas).
Iniciou-se cedo na Arte Pastoril enquanto guardava a manada. Os materiais usados eram a madeira, a cortiça, a cabaça, a cana, o buinho e o chifre.
Em 1957, é internado no Santório de Torres Vedras na sequência de ter contraído tuberculose. Reside neste Santório alguns anos.
Quando sai do sanatório volta para a Quinta do Leão, mas é obrigado a fazer trabalhos mais leves, na sequência de ter ficado com imensas sequelas respiratórias. Nos anos 80 ainda trabalhou para um escritório e chega a feitor (gestor), mas continua sempre a trabalhar na arte pastoril.
Roberto Carreiras participou desde 1983 nas Feiras de Arte Popular e Artesanato do Concelho de Estremoz, bem como nas exposições de presépios promovidas anualmente pelo Museu Municipal. Aliás, o seu diretor, professor Joaquim Vermelho, contribuiu para divulgar as suas obras de arte.
Em 2006, com 76 anos tem a oportunidade de se dedicar apenas à arte Pastoril.
Tivemos contato com o seu trabalho nos Santos Ofícios, espaço em Lisboa, entretanto encerrado. Na imagem que anexamos fomos especialmente surpreendidos pela delicadeza do artista de colocar uma mini saia verde na menina que leva o cântaro na sua cabeça.
Morre em 2017, tinha 87 anos
Assinatura das obras: não assinadas
Referências: Arquivo Santos Ofícios.


